segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A Presença Árabe em Portugal





A da península Ibérica, correspondente ao futuro território de Portugal e Espanha, foi conquistada pelos árabes entre os anos de 711 — com a vitória na batalha de Guadalete sobre o exército dos visigodos — e 716. Os invasores chamaram ao território por si conquistado al-Andalus (que significa “o Paraíso”).

A dominação islâmica não teve a mesma duração, nem as mesmas repercussões, em todas as zonas do território que hoje pertence a Portugal. Foi fraca nas Beiras, bem como a norte do rio Douro, principalmente na região onde viria a constituir-se o Condado Portucalense.

O pequeno reino cristão das Astúrias conseguiu, em 754, expulsar definitivamente os muçulmanos para o sul do Douro. De facto, foi no sul de Portugal que a presença árabe deixou marcas profundas, comparáveis à contribuição da presença romana na estrutura do que, mais tarde, seria Portugal.

Na Estremadura desenvolveram-se os centros urbanos de al-Usbuna (Lisboa) e Santarin (Santarém). No Baixo Alentejo, as cidades de Baja (Beja) e Martula (Mértola) e, no Algarve — onde a presença muçulmana se manteve por seis séculos — surgiram Silb (Silves) e Santa Mariya al-Harum (Faro).

Os árabes — designação genérica de um conjunto de populações berberes, sírias, egípcias e outras — substituíram os antigos senhores visigodos. Mostraram-se, em geral, tolerantes com os usos e costumes locais, admitindo as práticas religiosas das populações submetidas e criando condições para os frutíferos contactos económicos e culturais que se estabeleceram entre cristãos e muçulmanos.

Os vestígios materiais da longa permanência muçulmana ficam aquém das expectativas, principalmente porque a política cristã de reconquista foi a de "terra arrasada". Cada localidade retomada aos árabes era destruída e os objetos e construções queimados em fogueiras que ardiam durante dias. Mas restaram alguns elementos que atestam este período da vida portuguesa, principalmente nas muralhas e castelos, bem como no traçado de ruelas e becos de algumas cidades do sul do país. Não restaram grandes monumentos, facto que se explica pela situação periférica do território português em relação aos grandes centros culturais islâmicos do sul da península.

A igreja matriz de Mértola é a única estrutura em que se reconhecem os traços de uma mesquita. São testemunhos da ascendência árabe os terraços das casas algarvias, as artes decorativas, os azulejos, os ferros forjados e os objetos de luxo: tapetes, trabalhos de couro e em metal.

Com a tradução de inúmeras obras científicas, desenvolveram-se a química, a medicina e a matemática, sendo de origem árabe o sistema de numeração ocidental.

A influência árabe foi particularmente importante na vida rural, sendo determinante o desenvolvimento de técnicas de regadio a partir de usos peninsulares e romanos. Através da introdução de novas plantas — o limoeiro, a laranjeira azeda, a amendoeira, provavelmente o arroz, e do desenvolvimento da cultura da oliveira, da alfarrobeira e da plantação de grandes pomares (são famosos os figos e uvas do Algarve e as maçãs de Sintra) reforçaram a vocação agrícola da região mediterrânea.

A ocupação islâmica não provocou alterações na estrutura linguística que se manteve latina, mas contribuiu com mais de 600 palavras, sobretudo substantivos referentes a vestuário, mobiliário, agricultura, instrumentos científicos e utensílios diversos.

A ocupação islâmica do território de Portugal terminou em 1249, quando o rei Afonso III conquistou todo o Algarve.

Os numerosos descendentes dos árabes que, após a Reconquista, permaneceram em Portugal, viviam nas mourarias, arrabaldes semi-rurais junto dos muros das cidades e vilas, das quais se conserva a memória, nos nomes e nas plantas de mais de vinte localidades, como Lisboa e muitas outras ao sul do Tejo.

A Reconquista da Península Ibérica


Reconquista é o nome dado ao processo de reocupação por parte dos cristãos da Península Ibérica, que ficou muitos séculos sob ocupação muçulmana.

A chamada Reconquista dos territórios da Península Ibérica ocupados pelos muçulmanos estendeu-se desde o século VIII até o XV. 
Iniciou-se no século VIII, no reino de Astúrias. 
Com o avanço da Reconquista, surgiram novos reinos: Navarra, Castela, Aragão e Leão. 
Portugal nasceu após a separação do Condado Portucalense do reino de Leão.
A união dos demais reinos gerou a Espanha, em 1469, após o casamento entre o herdeiro de Aragão, Fernando, e Isabel, de Castela — os Reis Católicos. 
A reconquista concluiu-se em 1492, com a expulsão dos muçulmanos da região de Granada.

As diversas fases da Reconquista:


Cronologia da reconquista cristã da Península Ibérica (790 - 900 - 1150 - 1300). A verde, os territórios sob domínio muçulmano, a amarelo a formação do território português, outros tons para os reinos cristãos da Península (Leão, Aragão, Castela, Navarra).



A revolta de Pelágio e o início da Reconquista

Após a ocupação da península Ibérica pelos Muçulmanos, Dom Pelágio, juntamente com outros nobres Visigodos foram presos em (716), por ordem de Munuza, o governador muçulmano das Astúrias, e enviados para a sede do reino em Córdova.
Pelágio conseguiu fugir, voltou para as Astúrias e refugiou-se nas montanhas de Cangas de Onis. Em 718, reuniu um grupo de seguidores e iniciou a resistência aos Árabes, inicialmente com pequenas escaramuças contra os destacamentos nas vilas.
Em 722, o governador (wali) Ambasa enviou um grande contingente militar contra os resistentes cantábricos. Apesar do contingente numericamente muito inferior, Pelágio venceu nas montanhas de Covadonga. Ao final da batalha sobreviveram apenas 10 soldados. Esta batalha foi considerada como o ponto de partida da reconquista cristã.
Após essa vitória, o povo asturiano  rebelou-se e matou centenas de Mouros. O governador provincial, Munuza, organizou outra força para confrontar o exército rebelde. Próximo de Proaza Pelágio venceu novamente e Munuza morreu. Pelágio foi aclamado rei e fundou o Reino das Astúrias, embrião dos outros reinos cristãos ibéricos responsáveis pela reconquista da península. Pelágio então instalou a sua corte em Cangas de Onís.


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

TPC p.29 - 49 do Manual

Manual, p. 29.

__________________Respostas:
1. Península Itálica.
2. Os Romanos dominavam por completo a navegação no Mediterrâneo, razão pela qual lhe chamaram 'Mare Nostrum', 'O Nosso Mar'.
3. Tinham decidido entregar-se e pedir a paz.
4. Viriato dividiu a tropa em vários grupos e atacou em várias frentes.
5. Conseguiu arrastar o exército romano para um desfiladeiro.
6. Conseguiu derrotar, quase sempre, os exércitos romanos.
7. Ele tornou-se herói pela coragem e astúcia (inteligência) que revelou nos combates.


Manual, p. 41.

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Respostas:

1. Vinho e azeite.

2. Maternidade. Outras palavras: agricultura; nocturno; paternidade.
3. Porque as estradas serviam para facilitar a circulação das tropas, o comércio e as comunicações.
4. Braga: Bracara; Lisboa: Olisipo; Évora: Ebora.

Manual, p. 43. (Estas atividades não faziam parte do tpc).
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Respostas:
1. Templo: culto aos deuses; Aqueduto: trazia água para as cidades; Teatro: encenavam-se espectáculos; Termas: cuidava-se do corpo e convivia-se; Praça Pública (Fórum): conversava-se e negociava-se.
2. Os romanos tinham hábitos de higiene, por isso precisavam de muita água.
3. As cidades romanas eram muito evoluídas porque tinham um conjunto sofisticado de infraestruturas: esgotos, aquedutos, teatros, .
4. Nas termas romanas havia banhos quentes, frios e de vapor.
5. Nas termas, além de tomar banho, as pessoas podiam passear, praticar desporto e conversar (conviver).
6. "Mas o maior prazer era encontrar pessoas."

Manual, p. 44.


Manual, p. 44.



Manual, p. 45.

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Respostas:
1. O chão está revestido de mosaicos.
2. As colunas são feitas de tijolos.
3.O jardim interior, com um tanque e repuxos.
4. Jesus está a pregar o amor ao próximo e a igualdade entre todos os homens.
5. Porque punha em causa as bases da sociedade romana, assente na desigualdade:

  • Os Patrícios eram considerados superiores aos plebeus e aos escravos;
  • O Imperador era venerado como um deus vivo, o que era rejeitado pelo Cristianismo que considerava que só há um Deus.
6. Porque Jesus  foi morto numa cruz.





Manual, p. 47.

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Respostas:
1. O nascimento de Cristo.
2.1300 - sec. XIV; 1910 - sec. XX; 711 - VIII; 1147 - sec. XII..
3. Visigodos.
4. Século V.


1.1. Um Imperador.
1.2. Por todas as terras à volta do Mediterrâneo.
1.3. Porque dominaram muitos povos e uma grande extensão de território.
1.4. O exército romano conquistava os territórios e, depois, dominavam as suas populações.

2.1. 200 anos.
2.2. Os Lusitanos queriam manter os seus hábitos e costumes, não queriam pagar impostos nem sujeitar-se às leis romanas.

3.1. Quem mudou foram os habitantes da Península Ibérica. O que mudou: os hábitos, a língua (progressivamente as pessoas passaram a falar o Latim), as técnicas de construção e a religião.
3.2. Mais de 600 anos.


Foram construídas muralhas, fóruns, casas que usavam mosaicos, telhas e tijolos, teatros e circos (como o que existe nas ruínas de Miróbriga), aquedutos e termas.



6.1. O Cristianismo.
6.2. 2013, aproximadamente.
6.3. Jesus Cristo pregou o amor ao próximo e a igualdade de todos os homens.
6.4. Nos Evangelhos.


7.1. a) A - 400.
b) B - 1000.
c) C - 1201; D - 1300.
d) E - XV; F - 1500.

7.2. A - I.
B - XII.
C - XXI.



segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Os Muçulmanos na Península Ibérica

Os Visigodos na Península Ibérica

Visigodos significa Godos do Ocidente.
Os Godos, povo germânico saído da Escandinávia no século I, constituíram no século III um grande estado na Europa Oriental, entre os rios Don e Danúbio.
A chegada dos Hunos (375), vindos da Ásia Central iria dividi-los definitivamente em dois grupos:
  • Ostrogodos (Godos do Oriente) entre o Don e o Dniepre,
  • e Visigodos (Godos do Ocidente) entre os rios Dniepre e Danúbio.
Com Alarico I (370-410), os Visigodos passaram para a Itália e, dali, com Ataúlfo, para a Hispânia (411).
Domínio sobre a Península Ibérica
Nos princípios do século V (409-411), aproveitando o vácuo de poder gerado pela decadência do Imperio Romano, os povos germânicos Vândalos e Suevos penetram na Península Ibérica e aí implantam reinos de curta duração. 
Até conquistarem o domínio total sobre toda a Península Ibérica, os Visigodos tiveram pois que enfrentar Suevos, Alanos e Vândalos, povos guerreiros germânicos que haviam ocupado a região desde antes da sua chegada.
A unidade do reino teria sido completa já durante o reinado de Leovigildo, mas ficou comprometida pela questão religiosa: os Visigodos professavam o Arianismo e os Hispano-romanos eram Cristãos.
O Reino dos Visigodos, apoiado por Teodorico e Eurico, alcançou o apogeu com Leovigildo, cujos filhos, Hermenegildo e Recaredo, se converteram-se ao Cristianismo.
Mas a fusão com os Hispano-romanos resolveu-se em 589, ano em que o rei Recaredo I proclamou o Cristianismo religião oficial da Hispânia visigótica.
A conversão de Recaredo, no IIIº Concílio de Toledo, em 589, marca o início de uma estreita aliança entre a monarquia visigoda e a Igreja cristã ibérica, desenvolvida ao longo do século VII.
As lutas internas levaram a que o seu último rei, Rodrigo, fosse derrotado pelos Muçulmanos na batalha de Guadalete (711). Assim, a monarquia visigoda foi destruída pela invasão muçulmana procedente do Norte de África, que substituiria o Reino Visigodo pelo Al-Andaluz (nome que em Árabe significa "paraíso" e que servia para designar o território da Península Ibérica).
Herança visigoda
Os visigodos caracterizaram-se pela imensa influência que receberam da cultura e da mentalidade política romana, e criaram formas artísticas originais, como o arco de ferradura e a planta em forma de cruz das igrejas, e realizaram um importante trabalho de compilação cultural e jurídica.
A arte visigótica que chegou aos nossos dias é constituída principalmente por arquitectura (p. ex. São Frutuoso de Montélios), escultura subjacente à arquitectura (frisos, capitéis) e ourivesaria (p. ex. os tesouros de Guarrazar e Torredonjimeno, em Espanha).
Figuras como Isidoro de Sevilha, ou obras jurídicas como o Código de Eurico, a Lex romana visigothorum e o Liber judiciorum, código visigótico que forneceu as bases da estrutura jurídica medieval na Península Ibérica, expressam o desenvolvimento cultural que o reino visigodo alcançou.
Presença dos Visigodos na Península Ibérica: 300 anos - de 411 até 711.

Os Bárbaros e o fim do Império Romano do Ocidente

A Romanização da Península Ibérica

O Cristianismo